quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Audia Flight FL Two integrado


Pessoal,

Após 3 anos, retomo as minhas atividades de blogueiro. Claro, a de intrépido audiófilo nunca foi deixada de lado. Me aproprio do meu espaço e me reapresento com chave de ouro. Ou melhor dizendo, com chave de Estado da Arte!!! Lembro que qualquer comentário deste site é de minha responsabilidade e expressam a minha opinião.


A minha experiência com a marca começou em Julho, ocasião em que estive a negócios em Curitiba. Depois de uma reunião que acabara antes do previsto (coisa rara por sinal) e o voo de volta que sairia apenas tarde da noite, entrei em contato com o Fabio Storelli (German Audio) para uma tarde de audição. Confesso que poderia ter pego um voo antes, chegar em casa mais cedo e blá, blá, blá… Mas a questão era: conseguir um tempo para uma audição à tarde, seria impossível em minha rotina enlouquecida! Então tive de aproveitar a oportunidade quase um presente que caía em minhas mãos.
E que oportunidade, meus amigos!!! Tive o prazer e a honra de testar, em primeira mão, parte do set apresentado pela German Audio durante o HES 2013. Estavam alinhados como fonte o TD AMG Viella 12 e o CD player Audia Flight FL One M. De pré amplificadores o Audia Flight FL Phono e o Strumento no.1. De amplificação o grande Strumento no.4. Grande mesmo! Em tamanho e performance! E as caixas da YG Acoustics Carmel. Os cabos eram todos Kubala Sosna da série Elation.
Um set de tirar o fôlego e o sono de muitos audiófilos. Pelo menos ainda tira o meu…

Pois bem, depois daquela tarde memorável passou-se algum tempo, até que  O HES 2013 chegou. E no ultimo dia do evento, em um animado bate-papo na sala da German Audio, o Storelli me faz a seguinte proposta indecorosa: Mutuano, por que você não leva o integrado para testar em casa.
- Demorô!!!

Passada uma semana, lá estava eu, sexta a noite, montando o integrado FL Two no meu rack. E de quebra, sequestrei o FL CD One M para complementar. Não podia deixar de testar em casa um “Estado da Arte” pela revista CAVI.
Como de praxe, deixei o set tocando um CD de música em loop, de Sexta até Domingo, dia do começo do teste. Faço isso para que o sistema possa acordar e assentar no novo ambiente. Enquanto o set aprumava, fiz o dever de casa e busquei informações sobre a Audia Flight na internet.


Encontrei boas informações no site do fabricante, mas, curiosamente, parece que existe um hiato de 2010 até 2013. Acontece o mesmo com os reviews pela internet. Encontrei bom material (Six Moons, Dagogo, SoundStage Hi-Fi) até 2009. Daí pula para 2011, com esse review da SoundStage Hi-Fi. E depois pula para 2013, com a participação da empresa no HES 2013 de Munique e o review da linha Strumento na Six Moons, e nos próximos meses pela CAVI. Será que os italianos estavam concentrando esforços na linha Strumento? Se for, valeu a pena!!

De toda maneira, a Audia Flight está localizada não muito longe de Roma, numa cidade chamada Civitavecchia. Fundada em 1996, e já  em 1997 lança o seu primeiro sucesso, o amplificador Audia Flight 100.
Grande parte desse sucesso vem do desenvolvimento de um novo design de amplificação baseado na retroalimentação por corrente (current feedback) em vez de retralimentação por tensão (voltage feedback), como normalmente é encontrado. O objetivo é ter uma fonte quase linear de força, mesmo nas mais difíceis cargas/situações. O resultado é um circuito com um largura de banda (bandwidth) bem extenso e slew-rate bem elevado (superior a 180 V/uS em 8 ohms). Traduzindo: um amplificador absurdamente rápido, estável e que entrega o sinal sem nenhuma alteração!
O silêncio de fundo, ou ruído de fundo, como alguns preferem definir, é outra característica marcante deste equipamento. Simplesmente é inexistente. Um teste que faço é deixar o integrado ou amplificador ligado, desligar qualquer fonte, e aumentar o volume até surgir qualquer ruído que saia do tweeter. Lógico, todo amplificador produz algum ruído. A função dele é amplificar um sinal. Assim… Bem, ouço música ao nível de 75 a 80dB, com picos em 90dB. O que já é o suficiente para ouvir os protestos de outras partes do apartamento. “Abaixa essa música!!!”. Não! Não são os meus pais!!! Essa época ficou há muito tempo para trás… A esses níveis de dB o volume do FL Two marca por volta do -20. Legal! Voltando ao teste. Desliguei a fonte e o FL Two marcava -20. Nenhum ruído. Fui aumentando… aumentando… Opa! Um leve ruído! Qual o número mostrado?? +5!!! Muito legal! Para uma melhor compreensão, a caixa já teria ido pro brejo antes do FL Two resolver pensar em produzir algum ruído de fundo. Qual a importância disto? Bem para os amigos que possuem uma sala pequena, isso faz grande diferença! Qualquer ruído é facilmente perceptível. Além do que este ruído encobre alguns detalhes ou nuances da música.


Detalhe e arejamento na faixa media alta foi o que mais o FL Two me entregou. Muito parecido com o Strumento. Claro, o Strumento é superlativo em tudo, mas o FL Two segue a linhagem. Good boy!!!

Outra característica do FL Two que lembra muito o Strumento, é o foco. Todo o evento musical está bem definido e fácil de acompanhar. O palco é grande, profundo e com ambiência. Como um verdadeiro high-end deve ser!

Na parte alta da faixa audível, agudos, o FL Two possui extensão, sustentação da nota, corpo e rapidez. Pratos e sinos tocam com todo o peso e harmônicos. Como um verdadeiro high-end deve ser!

No outro lado da faixa audível, nos graves, o FL Two mostrou autoridade, controle, força, detalhe e várias notas. De jeito nenhum o grave lembra o Samba de Uma Nota Só! Todas elas estão lá! O deslocamento de ar cativa, emociona e te joga pra dentro do evento. Como um verdadeiro high-end deve ser!

Sempre termino os meus testes ouvindo rock. Só pra curtir e relaxar. Pra falar a verdade as gravações do The Who, Pink Floyd, Black Sabbath possuem distorções de guitarras, punch da bateria, efeitos e passagens ricas em detalhe como também em completo silêncio que, na minha opinião, fecham com chave de ouro qualquer teste. Já pessei pela minha coleção do The Who, Black Sabbath, Pink Floyd (só tenho o básico The Wall e Dark Side…) e AC/DC. Pulei para Jack White, White Stripes, Rage Against the Machine, Jane’s Addiction, Cypress Hill e o próximo sera The Clash. E coisa está ficando perigosa! Risos!
Até o momento evito a minha coleção do Rush, que tem uma qualidade sofrível de gravação. A que considero as melhorzinhas são 2112, Moving Pictures e já manjada Permanent Waves. Mesmo a prensagem japonesa que tenho do Grace Under Pressure, não é lá essas coisas. Eu as estou evitando para não criar dependência auditiva! Risos!


Amigos! Esse integrado vai deixar saudades. É um equipamento que facilita as coisas para o ouvinte. É barbada para aqueles que tem uma sala pequena. Mas independente disso é um equipamento que vale a experiência. Entre em contato com a German Audio. Procure ouví-lo. Após ligado, nada mais importa a não ser a diversão em ouvir música. É assim, simples! Como um verdadeiro high-end deve ser!

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem interessante seu blog.
Estes equipamentos da Audia Flight são muito bonitos.